quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ensalamento das Oficinas do dia 06.

TARDE
· Douglas Gasparin Arruda - Incêndios: a sensibilidade estética nos conflitos religiosos do Oriente.
- Sala 613
· Guilherme Ieger Dobrychtop - Orientalismo e Quadrinhos: As representações de            Oriente na indústria de quadrinhos Norte-Americana.
- Anfiteatro 600
· Luciane Felisbino – Uma visão grega sobre o Oriente.
- Sala 408 D. Pedro II
· Rafael Gustavo de Oliveira – A construção sonora de uma “música árabe” pelo sistema musical ocidental.
- Sala 612

NOITE
· Bárbara Caramuru Teles – Uma análise crítica sobre a representação do “outro” nas animações do Walt Disney, a luz da historiografia – Aladdin, 1992; Tarzan, 1999 e O rei  Leão, 1994.
 - Anfiteatro 600
· Flávia da Rosa Melo e Flora Morena Martini de Araújo – (Re)pensando o cânone: uma reflexão acerca da crítica à universalização literária e marginalização da escrita de mulheres.
-  Sala 1119
· Mateus Sokolowski – Estudo da confluência da música proveniente do oriente com a do ocidente nas Cantigas de Santa Maria de Afonso X o Sábio (1252-1284).
-  Sala 612
· Priscila Scoville – Amizade, lealdade e traição: as relações diplomáticas entre o Egito Antigo e o Oriente próximo.

 - Anfiteatro 900

terça-feira, 28 de abril de 2015

INTERVENÇÕES CULTURAIS!

Além da programação oficial da Semana, os seguintes momentos culturais acontecerão:

Terça feira (05/05) - Apresentação de Dança do Ventre, a partir das 16h30.
Quarta feira (06/05) - Apresentação do grupo do Templo Hare Krishna Sri Sri Goura Nitai Mandir, a partir das 17h30.


As apresentações ocorrerão no Anfiteatro 100, no prédio D. Pedro I.
Contamos com a sua presença!

Inscrição de Ouvintes

As inscrições de ouvintes já podem ser realizadas através deste formulário.
É necessário confirmá-la nos primeiros dias do evento.
Para ter direito ao certificado são necessárias no mínimo quatro presenças, marcadas na credencial entregue durante a efetivação da inscrição. 

IMPORTANTE: 
- A credencial deve conter o nome do participante escrito de forma legível, pois será a base para emissão do certificado. 
- Este será emitido para aqueles que, tendo alcançado o mínimo de quatro presenças, entreguem a credencial até o último dia de evento. Não serão aceitas credenciais depois do encerramento da semana, no dia 08 de maio.
- Para quem precisar comprovar presença no evento as credenciais estarão disponíveis a partir do dia 15 de maio.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Oficinas


OFICINAS NO PERÍODO DA TARDE


Luciane Felisbino - Uma visão grega sobre o Oriente
TEMA: Partindo do contexto grego dos séculos V e IV a.C., pretendemos pensar sobre a visão destes sobre os persas/bárbaros, seus motivos e construções.
JUSTIFICATIVA: Num mundo em que muitas vezes quer se enxergar de forma polarizada e que há muito projeta no passado seus anseios presentes, se faz necessário pensar essas dualidades, como Ocidente/Oriente e civilizados/bárbaros, nos diferentes contextos históricos. Sendo a Grécia Antiga, ainda hoje, vista como uma das grandes referências da cultura ocidental, tendo ela cunhado o termo bárbaro utilizado, até nossos dias, para desqualificar culturas diferentes das nossas, precisamos estudá-la para melhor compreender sua visão destes outros povos e também suas articulações com eles.
OBJETIVOS: 
- Compreensão da articulação entre o contexto histórico grego e a visão deste sobre o bárbaro.
- Pensar e problematizar as identidades gregas e bárbaras.

Douglas Gasparin Arruda - Incêndios: a sensibilidade estética nos conflitos religiosos do Oriente.
TEMA: Análise fílmica da obra Incêndios (Denis Villeneuve, 2010) e suas relações com o contexto dos conflitos religiosos do Oriente.
JUSTIFICATIVA: Diante de um mundo polarizado entre diversos discursos e ideologias conflitantes - religiosas, políticas e econômicas - a obra de Denis Villeneuve nos provoca à reflexão crítica da contemporaneidade, sob uma perspectiva sensível das múltiplas violências no Oriente Médio. Ao não nomear os países nem os acontecimentos históricos específicos mostrados em cena, o diretor procura passar uma visão mais abrangente sobre a violência e os discursos vingativos. Dessa forma, Incêndios utiliza como pano de fundo um conflito histórico que se prolonga por várias décadas na região do Oriente Médio, mas que, em sua estrutura e sua lógica de reciprocidade de ódios, pode ser observada em qualquer lugar do mundo onde existam discursos ou ideologias em conflito (obviamente, nem todos os lugares apresentam as mesmas formas de combate do Oriente, mas ainda assim, as sensibilidades humanas são semelhantes). Dessa forma, analisar o filme Incêndios é importante não apenas para repensar a questão do Oriente, mas também: a forma como buscamos, em qualquer lugar do mundo, lutar por nossas ideologias; qual é a função da vingança nessas lutas; como quebrar o ciclo, aparentemente infinito, das múltiplas violências? A resposta de Denis Villenueve à todas essas questão não se pretende definitiva ou inovadora, mas provoca o debate – que me parece, nesse momento de tantas intolerâncias, fundamental.
OBJETIVOS: Problematizar o filme Incêndios sob o ponto de vista estético e suas relações com o contexto do conflito religioso no Oriente, bem como a forma narrativa que a obra se utiliza para questionar a violência e a vingança na contemporaneidade.

Rafael Gustavo de Oliveira - A construção sonora de uma “música árabe” pelo sistema musical ocidental.

JUSTIFICATIVA: A partir de meu trabalho de campo na Palestina, onde produzi uma etnografia da produção musical local, pude conferir que a “música árabe” ouvida na própria Palestina nem sempre condiz com a ideia de uma estética de “música árabe” que usualmente escutamos no Brasil. A partir de uma breve análise musicológica de produções musicais feitas em países ocidentais (desde Heavy Metal britânico, obras para banda sinfônica nos Estados Unidos, até pagode brasileiro), pretendo demonstrar como, lançando mão do sistema tonal ocidental, através especificamente da escala menor harmônica, criou-se uma ideia de “música árabe” (e também oriental em geral), estereotipada, presente em filmes, desenhos e produções musicais em geral que têm como objetivo representar o “mundo ou a sonoridade árabe / médio-oriental”. Desenhos como Aladdin, filmes como A Múmia, e até mesmo novelas brasileiras como O Clone, pretendem demonstrar temas relacionados a uma ideia de “mundo árabe”.

Pretendo, com isso, demonstrar como a trilha sonora se torna um elemento de bastante importância neste processo de construção de uma representação. Assim, o uso bastante contínuo da escala menor harmônica neste caso, passa a criar um certo “estereótipo sonoro”, relacionado com uma ideia do que é a música ou o “mundo árabe”. Neste ensaio, pretendo lançar mão de uma abordagem antropológica acerca da existência do que chamarei de “estereótipo sonoro” que, através do sistema tonal ocidental, pretende “representar” a música árabe, dando predileção ao uso da escala menor harmônica. Embora também trate aqui de processos coloniais, o que pretendo afirmar é que, a relação que temos com centros hegemônicos (coloniais) de produção de conhecimento e, muitas vezes, visão e audição de mundo, termina por apontar não apenas como construímos um “outro exótico”, mas também como se cria uma “audição do outro”. Partindo de meu campo de pesquisa, a Palestina, onde realizei uma etnografia da produção musical local, usarei como exemplo a música árabe. Pretendo apontar não como ouvimos a música árabe, mas como, através do sistema musical tonal ocidental, acaba-se por criar uma representação da música árabe, relacionada com a representação orientalista “do árabe”, “do Oriente Médio” ou grosso modo, de “coisas árabes”. Procuro demonstrar através de exemplos de gravações que vão desde bandas de Heavy Metal inglês, pagode brasileiro, obra para banda sinfônica nos Estados Unidos, até desenhos da Disney e filmes estadunidenses.


O antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira (2006), ao tratar de antropologias centrais versus periféricas, coloca que a disciplina, pelo menos durante os últimos quarenta anos, abasteceu-se de ideias e de padrões de comportamento provenientes dos centros acadêmicos europeus e norte-americanos (Oliveira, 2006, p.119). Assim, o autor se refere ao que chama de “matriz”, ou seja, centros de epistemologias hegemônicas. Ora, os processos de colonização não contaram apenas com a invasão de terras mundo afora, mas também levaram consigo todo o eurocentrismo que presenciamos até hoje. Através dos processos coloniais, percebeu-se a imposição e implementação não apenas de políticas, mas de toda uma epistemologia e até mesmo cosmologias, ou de maneira mais simples, imposições de teorias, também “visões de mundo” e, por que não, “audições acerca do mundo”.

De todo modo, não apenas nossa noção de “música” é também uma noção eurocêntrica, pelo menos inicialmente, como suas teorias e discussões, pela perspectiva da musicologia (importante ressaltar), ainda estão bastante atreladas às epistemologias dos centros hegemônicos. Em certo sentido, as teorias musicais eurocêntricas continuam direcionando as discussões sobre música para a musicologia. Prova disto, é que os autores de livros teóricos, de métodos, compositores e intérpretes, em geral, são conhecidos e referenciados. Sabemos quem foram Bach, Schumman, Mozart ou Schoenberg. Ou seja, os compositores europeus têm nome. Ao passo que, por exemplo, a “música indígena” é sempre “indígena”. Anônima e sem autor, frequentemente inferiorizada quando referida como “música étnica”, “música exótica”, “não música”. Além disso, ela é a única que possui

Outra questão importante a ser destacada, é a de que, imbricado com os processos coloniais, estavam os relatos e estudos de “especialistas” europeus que escreviam e atestavam “sobre os outros”. O palestino Edward Said teve grande êxito ao discorrer em seu livro “Orientalismo” sobre como o Oriente era uma construção ocidental que, através dos tempos, com os especialistas, historicistas, romancistas, antropólogos e outros, diziam “como o Oriente era”. Isto acabou por criar uma representação deste outro, baseado naquilo que “não somos”. Ou seja, o Oriente, mas não apenas ele, podia neste sentido ser tudo o que a Europa não era. Se no pensamento eurocêntrico este centro hegemônico europeu se considerava “superior e civilizado”, o Oriente, por consequência, poderia ser não exatamente seu oposto, mas um “outro exótico”, muitas vezes bárbaro, violento, pobre. Este processo contribuiu, e muito, para a criação de estereótipos. Ou seja, visões exageradas e abstratas sobre outras pessoas, classes e mesmo lugares. Assim, é importante observar que os estereótipos são nocivos, pois se relacionam com imagens “fechadas”, “concretas” que tentam quase a todo custo englobar aquilo que é estereotipado. O antropólogo Michael Herzfeld (2008) afirma que os estereótipos servem os interesses do poder. Para ele os estereótipos representam uma maneira cruel de “fazer coisas com palavras” (Austin [1962] 1975), e têm consequências materiais (Herzfeld, 2008, p.261).
“cultura”, é particular, enquanto que a europeia é universal, sem uma etnicidade. Ou seja, as nossas concepções ocidentais de harmonia, melodia, transcrição, tornam-se aparatos analíticos de outros fazeres musicais, ou mesmo recursos composicionais que, muitas vezes, são usados para representar “a música” deste “outro”. Assim, nesta oficina, pretendo apresentar o sistema musical tonal em uma perspectiva comparativa com a música produzida atualmente em lugares como a Palestina, considerando o fluxo transnacional dos gêneros musicais, mas apontando para como o sistema musical ocidental acabou por criar uma representação sonora de um “outro sonoro”. Especificamente aqui, um “outro árabe” ou médio-oriental, através de estereótipos sonoros. OBJETIVOS: - Demonstrar as músicas e produções ocidentais que trabalhei para a confecção deste trabalho.
- Discutir a centralidade do Ocidente, especialmente o continente europeu e norte-americano enquanto centros hegemônicos, em contraste com as produções dos centros não hegemônicos.
- Discutir, em uma fala, as questões da construção dos estereótipos a partir dos processos coloniais e consolidação dos centros hegemônicos de produção de conhecimento. - Espaço para debate acerca do assunto trabalhado.
- Utilização de mídias para exibição dos materiais.


Guilherme Ieger Dobrychtop – Orientalismo e Quadrinhos: As representações de Oriente na indústria de quadrinhos Norte-Americana.
TEMA: As representações de orientalismos dentro da indústria de quadrinhos norte-americana. 
JUSTIFICATIVA: A presente oficina se encaixa no tema proposto pela Semana Acadêmica uma vez que busca enxergar as maneiras como os povos orientais são enxergados dentro da indústria de quadrinhos norte-americana e como são caracterizados estes personagens.  
OBJETIVOS: Compreender como a indústria de quadrinhos norte-americana realiza representações de orientalismos à luz da História e realizar uma análise em conjunto sobre o quadrinho Sandman.

OFICINAS NO PERÍODO DA NOITE

Priscila Cristina Nascimento Lopez de Scoville – Amizade, lealdade e traição: as relações diplomáticas entre o Egito Antigo e o Oriente próximo.
TEMA: Relações diplomáticas entre o Egito Faraônico e o Oriente Próximo JUSTIFICATIVA: Os estudos sobre a antiguidade têm muitas limitações, uma dela deriva do modo de interpretação da fonte. A barreira imposta pelo tempo impede que saibamos como as coisas funcionavam em seu contexto. Assim, a análise sobre o passado necessariamente será filtrada pelo olhar do homem moderno, que projetará nele seus anseios, seu juízo e suas máximas. Por um lado, devemos ter cuidado para evitar anacronismos; por outro, não podemos “desumanizar” aqueles que viveram no passado longínquo. Isto é, as imagens que criamos acerca do mundo antigo, neste caso, do Egito Faraônico, são dotadas de equívocos alimentados pelo senso comum e pelas generalizações. Desde o ensino fundamental, nós brasileiros somos levados a crer em um Egito isolado, imutável e impermeável, governado por um único ser soberano, o faraó. Contudo, para que possamos compreender como esses homens e mulheres viveram, essa noção precisa ser revista. Portanto, é preciso devolver as características humanas àquele povo. O faraó não era um ser mitológico, mas um homem, que tinha emoções e opiniões que, por sua vez, poderiam – e provavelmente iriam - divergir das ideias do governante anterior e/ou da própria população. Isso significa que, assim como nos dias atuais, o governante é um ser subjetivo, instável e que nem sempre vai ter todos de acordo com suas atitudes. Contudo, devemos, também, “perder a ideia de encontrar nele [Egito faraônico], ao mesmo tempo, nossa cultura e nossas tendências: é preciso aceitar a expatriação e não se iludir com aparentes semelhanças” 1. Com essa oficina, então, busca-se reconstruir a visão sobre o Egito Faraônico e o mundo antigo, desvinculando as imagens trazidas pelo senso comum. Para tanto, as relações diplomáticas mostram-se bastante eficientes. O contexto agressivo em que o Oriente Próximo se encontrava durante um período de instabilidade no interior do Egito (o Período de Amarna), por si só já nos ajuda a repensar o cotidiano do homem na antiguidade. Diariamente vemos notícias sobre os conflitos no Oriente Médio 2 e das proporções que estes alcançaram nos últimos anos, como pesquisadores é nosso dever pensar e apresentar o caráter histórico por trás da origem dessas disputas pelo território. A administração a partir de divisões tribais, com micro poderes e clãs familiares, que caracterizaram o desenvolvimento das penínsulas do Sinai, não é encontrada Egito, Levante e alguns outros locais da África, que possuíam centros políticos. As diferenças, então, eram muitas, mas a língua e o politeísmo foram dois dos elementos que uniam a região. Com o passar dos anos, o islamismo emergiu e transformou as relações político-religiosas a partir da presença de um Califa – “uma instituição religiosa, política e militar, geradora e legitimadora da autoridade do líder, e cuja contestação implica uma verdadeira revolução no pensamento político do islão” 3. Entretanto, cinco gerações mais tarde, a ideia unitária que havia homogeneizado a região da Arábia até Marrocos foi quebrada, gerando uma série de novos califados. Por mais que o califado tenha sido o primeiro responsável pela união da região, as alianças diplomáticas já aconteciam desde muito tempo antes. Segundo Cohen e Westbrook o Oriente Médio já possuí um sistema de relações internacionais há, pelo menos, 4.500 anos, mas os estudos sobre a diplomacia se centram nos últimos 200 anos.4 Desse modo, para entendermos como os contatos funcionam, devemos voltar ainda mais no tempo. 
Ainda que, hoje, o caráter externalista da região seja evidenciado, quando lidamos com o tempo dos faraós, existe uma tendência para isolá-los tanto de uma história mais ampla do período como também de nossa compreensão de mundo atual. Dentro deste pensamento, Egito está fora de nossa realidade, e certamente fora da realidade do Oriente Médio e do Levante de hoje em dia. Isto, naturalmente, não é, epistemologicamente, verdadeiro, e o Egito Antigo já apresentava sim preceitos que antecedem a noção de diplomacia e de califado. A noção de uma pessoa como instituição política, religiosa e militar, por exemplo, não é inédita ao califado, mas é bastante clara na cultura egípcia. Desde o Reino Antigo, o faraó é o responsável por manter a ordem nos dois primeiros aspectos e, a partir do Reino Novo, a recém-formada elite militar egípcia passa a integrar os deveres do rei, e foi guiada ao oriente, onde estabeleceu laços com os povos asiáticos. A correspondência egípcia conhecida como Cartas de Amarna em muito antecedem as redes estabelecidas após a ascensão do Islã na região. Além disso, é no período de Amarna que vemos os grandes poderes do Mediterrâneo no Golfo Persa, com um mecanismo diplomático que aplicava regras, convenções, procedimentos e instituições governativas que representavam e promoviam a comunicação entre as potências. O que vemos nessas cartas é uma fragilidade promovida por medo de ataques e acordos não cumpridos. As motivações para os embates por territórios podem ter se alterado, ao longo dos anos, mas o objetivo continua o mesmo: manter a hegemonia, tendo acesso ao melhor que cada país do Oriente Médio pode oferecer. 
Partindo dos pensamentos modernos, acreditamos que um recuo da análise da diplomacia para um período mais remoto, como o caso do Egito, pode nos dar novas ferramentas e abrir nossos olhos historiográficos para novas questões que não são amplamente abordadas em sua magnitude, como as relações diplomáticas e a importância de uma rede internacional para o Egito Antigo, removendo-o assim de noções isolacionistas e recolocando-o em um contexto mais incisivo e “real”. OBJETIVOS: Ao final da oficina, espera-se que os participantes tenham estabelecido uma nova imagem acerca do Egito Faraônico e de seus contatos exteriores. Além disso, pretende-se incitar o diálogo em sala, para que inicie uma discussão sobre quem é quem, quais são os deveres e o que se espera nesses contatos e tratado, para, a partir disso, o participante saber identificar quem são as Grandes Potências no mundo antigo e quem são os Reinos “vassalos”, que juram lealdade, seja real ou por traição. Por fim, visamos desconstruir a noção de Egito isolado e imutável que trazemos com o senso comum, para substituí-la por uma imagem mais complexa, permeável, frágil e inconstante. Apesar da discussão acerca dos conflitos atuais não ser um objetivo desta oficina, pretende-se que, ao fim dela, o participante possa questionar os embates, tendo, agora um senso crítico que revê o passado da região, excluindo a noção da calmaria e isolamento que o senso comum projeta sobre o mundo antigo.
1 SAUNERON, Serge. The priests of ancient Egypt. New York: Grove Press, 1980, p. 6. 2 Nesta proposta utilizamos “Oriente Próximo” e “Oriente Médio” para delimitar a mesma região, porém em tempos históricos diferentes. A expressão “Oriente Próximo” era usada durante o século XIX para identificar o que restaria do Império Otomano na margem oriental do Mar Mediterrâneo. Apesar de os limites geográficos serem chamados atualmente de Oriente Médio, muitos arqueólogos e historiadores utilizam “Oriente Próximo” em suas pesquisas sobre a antiguidade, tratando-o como a região física. 3 PINTO, Ana Santos. Médio Oriente. Relações Internacionais [online]. 2011, n. 31, pp. 209-210. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992011000300019 acesso 06/04/2015. 4 COHEN, Raymond & WESTBROOK, Raymond (org). Amarna Diplomacy: the beginnings of international relations. Baltimore, The John Hopkins University Press, 2000, pp 5-6.

Bárbara Caramuru Teles – Uma análise crítica sobre a representação do “outro” nas animações do Walt Disney, a luz da historiografia – Aladdin, 1992; Tarzan, 1999 e O rei Leão, 1994.

TEMA: Esta oficina terá por temática a descontrução da representação realizada pelo Walt Disney, nas animações sugeridas, dos povos árabes e africanos. Entendendo que a representação do que Said intitula o outro, na célebre obra Orientalismo, para além da simples representação do que fora chamado Oriente, engloba também os povos do continente africano. Entendendo que os processos coloniais ocorreram de forma similar em ambas as regiões. Segundo Franz Fanon, não bastou ao colonialismo a dominação psicológica e cultural do colonizado. O colonialismo deforma e desfigura o passado, aniquila a história e consequentemente o presente destes povos. (Fanon, 1986: 174-5)
JUSTIFICATIVA: "O Orientalismo é um estilo de pensamento baseado numa distinção ontológica e epistemológica(...)em suma, o Orientalismo como um estilo Ocidental para dominar, reestruturar e ter autoridade sobre o Oriente." (SAID, 1978, p.29). Ainda hoje a constituição política do chamado Oriente Médio é determinada por certos intelectuais como antagônica a do " ocidente ", visto o objetivo " ocidental " de historicamente buscar se construir por meio de Comunidades Imaginadas (ANDERSON, 2006). Portanto o ator social desta região é ainda associado pela mídia global como: terrorista, fundamentalista religioso a-moderno.
As Produções do Wall Disney, ALADDIN, 1992 ; TARZAN, 1999 e O REI LEÃO 1994, demonstram de maneira clara, porém sutil, como o Orientalismo estendeu sua doutrina de dominação psicológica, para além das bases econômicas. Alladdin, dirigido por John Musker e Ron Clements, baseado no tradicional conto árabe Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, contido em As Mil e uma Noites. ( Vale citar que o filme foi adaptado da versão ocidental dAs Mil e uma Noites, visto que a primeira tradução direto do Árabe e com caráter acadêmico fora realizada apenas no ano de 2005 por Mamede Mustafa Jarouche) A contrução das personagens da animação, reforçam a estereotipação do árabe. Já na música de abertura, refere-se as noites da arábia como misticas, a região desértica, quente. A população como violenta e nômade. Por sua vez O Rei Leão, dirigido por Roger Allers e Rob Minkoff, com roteiro creditado a Linda Woolverton, Irene Mecchi e Jonathan Roberts, apresenta-nos a África, como uma região homogenea, uma savana e ainda um local onde há a inexistência de seres humanos. Por fim, em Tarzan, dirigido por Chris Buck e Kevin Lima, encontranos a história de uma menino britânico, sobrevivente de um naufrágio. Todavia sua família é assassinada pelo leopardo e o menino acaba por ser criado por gorilas. Gerando questões intrigantes acerca da referencia feita através da animação da população africana como tribal e animalesca, comparada a primatas.


O Orientalismo, como teoria política, assim como outras ideologias nascentes no século XVIII e XIX atuaram não somente na dominação econômica, mas ainda na dominação psíquica do colonizado, ( Fanon, ) Desta forma esta oficina objetiva a problematização dos discursos presentes nestas animações entendendo a mídia como um dos meios de propagação de ideologias.
OBJETIVOS: Buscarei primeiramente problematizar a construção de discursos por meio do documentário “O perigo de uma única história” da nigeriana Chimamanda Adichie. Este documentário trabalha com a ideia de que o eurocentrismo, como teoria politica, produziu uma versão da historia da África que não condiz com a proposta dos sujeitos nativos. Ele atenta para o perigo de uma verdade histórica a partir de uma narrativa predominante.

Posteriormente será apresentado alguns trechos das animações sugeridas, buscando problematizar como a visão Orientalista produziu esteriótipos tanto dos povos do Oriente Médio, quanto do continente Africano. Por fim, pautado na produção historiográfica e em comparação ao conto Aladdin, dAs Mil e uma Noites de Mamede Mustafa Jarouche será proposta a descrontrução e problematização destas personagens e a forma como elas foram construídas.

Mateus Sokolowski - Estudo da confluência da música proveniente do oriente com a do ocidente nas Cantigas de Santa Maria de Afonso X o Sábio ( 1252-1284).
TEMA: O contexto de nosso estudo se passa durante reinado de Afonso X de Leão e Castela (1252 – 1284), que foi um dos grandes monarcas ocidentais do século XIII. Este rei fez jus ao epíteto de Sábio: adotou como oficial a língua vernácula em detrimento do latim e grande foi seu esforço em mandar traduzir obras do árabe  e prover o conhecimento em seu reino. Nesta oficina nos propomos a realizar uma análise da Cantigas de Santa Maria de Afonso X, para compreender a influência da música árabe na forma musícal e poética andaluza.
No mediterrâneo medieval encontramos coexistência entre três religiões monoteístas, com conflitos e perseguições, mas também com colaboração e tolerância. No reinado de Afonso X vemos o desafio de governar um reino cristão e conduzir sua convivência com muçulmanos e judeus[1].  Afonso X nasceu em 1221, filho de Fernando III, além de ter sido um rei guerreiro, forjado no ambiente da Reconquista teve sua corte reconhecida  pela reunião de intelectuais de diferentes lugares e credos.  Através das 427 Cantigas de Santa Maria, escritas em galaico-português (idioma da poesia na península ibérica medieval) vemos a fusão de diversos saberes.
Para análise da Cantigas de Santa Maria, compostas na corte de Afonso X recorremos as pesquisas do Prof. Dr. Manuel Pedro Ferreira devido às contribuições que o autor oferece para o estudo interdisciplinar das Cantigas de Santa Maria através do instrumental teórico da musicologia. A partir do estudo das iconografias e da alusão feita aos jograis através das Cantigas de Santa Maria, o Prof. Dr. Manuel Pedro Ferreira busca mostrar qual era o papel destinado aos jograis e tornar explicita a importância da forma andaluza nas Cantigas Galego-Portuguesas. A ligação entre os jograis locais e a corte é evidenciada pela forma musical, poética e rítmica que remetem aos modelos árabes e aproximam decisivamente as Cantigas de Santa Maria à arte mudéjar.  Esta posição do autor irá permear outros textos e estudos que apontam para a diversidade cultural da península. Sua analise aponta para a importância da influencia da música árabe dos jograis da urbe. [2]
Em nossa análise, através de um recorte temático das cantigas encontramos 51 com representações dos muçulmanos. Nelas vemos as atividades diárias dos mouros e cenas da Reconquista, entre as características mouras encontradas nas fontes temos a feiúra e maldade, no entanto, também  encontramos cantigas nas quais eles são tratados como devotos de Maria. Para Aline Dias da Silveira nem todo muçulmano teve igual significado para Afonso X, a hipótese que a autora propõe é a que de acordo com a visão organicista de Afonso X os não cristãos deveriam ser “ integrados ao reino”. [3]
Apesar de ter existido  uma separação cultural-religiosa na corte de Afonso X temos um espaço de aproximação e diálogo intelectual, que propiciou a elaboração das Cantigas que refletem  de forma idealizada a sociedade castelhana do século XIII. Aline dias da Silveira  ressalta que Afonso X as teria utilizado para evidenciar sua proposta de convivência entre a religiosidade muçulmana e cristã, como percebemos  no epitáfio do tumulo de seu pai Fernando III  que foi escrito em quatro idiomas ( Latim, castelhano, hebraico e árabe).
Ressaltamos que nossa metodologia na oficina estabelece um diálogo entre uma leitura crítica das fontes e os referenciais teóricos de maior destaque sobre o tema somadas a execução e interpretação músical  das Cantigas de Santa Maria com o intuito de proporcionar aos alunos uma maior aproximação com o tema.  Almejamos, portanto,  contribuir para o desenvolvimento de novas perspectivas sobre as Cantigas de Santa Maria promovendo o debate sobre o Ocidente Medieval, e suas relações com Oriente, conforme evidenciamos no tópico a seguir.

JUSTIFICATIVA:  
As incompreensões contemporâneas sobre o Islã nos estimulam a  pesquisar sobre a presenção da  cultura árabe e muçulmana na Peninsula Ibérica. O estudo se faz necessário para esclarecer equívocos construidos ao longo dos séculos, pautados em preconceitos. A Idade Média foi um período histórico marcado por vários conflitos entre cristãos e muçulmanos, como percebemos com a Reconquista (século VIII até o XV)  na Peninsula Ibérica. A base da questão estava a alteridade religiosa, fator ideológico. As Cruzadas do oriente  representam talvez o mais emblemático embate entre esses dois grupos (do século XI até o XIII)
No entanto a guerra não se fazia onipresente. Na maior parte do tempo houve convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos que  relacionavam-se no cotidiano. Conforme ressalta a estudiosa Elaine Cristina Senko[4]: por um longo período a escrita da história sobre o Oriente foi marcada pelo uso de construções teóricas tendenciosas, as quais visavam geralmente depreciar a imagem dos povos Orientais frente aos Ocidentais. Tal prática teve seu auge no século XIX, quando as potências européias necessitaram não apenas de força militar para realizar suas expansões pelo Oriente, mas também de uma forte ideologia que legitimasse seus métodos de conquista. Diversos autores no século XX, entre eles Edward Said buscaram, desvencilhar-se da maioria dos preconceitos surgidos no passado, mas que ainda se encontram  fortes.
A obra Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente[5], de Edward Said, buscou desmascarar o recorrente discurso ocidental sobre o Oriente.  Nela, Said alerta para a estigmatização realizada pelos europeus acerca dos muçulmanos. Além disso, ressalta a importância também da compreensão e estudo daquilo que o “outro” sente e relata como seu ponto de vista.  É Com base nesta perscpetiva buscaremos realizar um estudo das Cantigas no contexto do Século XIII com o objetivo de compreender a coêxistencia de cristãos e muçulmanos.  
 
OBJETIVOS:
- Trazer novas perspectivas para a compreensão acerca da história da Idade Média do século século XIII onde ocorriam trocas culturais, econômicas e políticas entre cristãos e muçulmanos
- Comprender as Cantigas de Santa Maria como arte performática, executada com música teatro e dança na Idade Média.
-  Promover estudos sobre o Oriente Medieval, e suas relações com o Ocidente.
- Contextualizar a partir da leitura crítica dessas fontes a singularidade histórica das Cantigas de Santa Maria, como um exemplo das trocas culturais do século XIII



[1] SILVEIRA, Aline dias da. Política e convivência entre cristãos e muçulmanos nas Cantigas de Santa Maria PEREIRA, Nilton M., CROSSETTI, Cybele de A., TEIXEIRA, Igor S. Reflexões sobre o medievo.  GT Estudos Medievais/ ANPUH-RS. São Leopoldo (RS): Oikos, 2009.

[2] Para o autor, Afonso X foi um dos responsáveis por adicionar ao canto europeu a forma da música andaluza. O monarca impôs ao circulo palaciano suas excêntricas preferencias pessoais que refletiam o isolamento politico durante as ultimas décadas do seu reinado. O Rei, como compositor, recorria a uma variedade de tipos melódicos que, rara no canto gregoriano, tornou-se comum na tradição trovadoresca europeia a partir do século XIII. Ferreira ressalta que Afonso X era um rei teimoso e incompreendido, instigador de uma confluência palaciana entre cultura islâmica e cultura cristã, a qual na sua excepcionalidade cuidou de dar expressão monumental. Ver: FERREIRA, Manuel Pedro. Alfonso X Compositor. Alcanate , Revista de Estudios Alfonsíes V. V Semana de Estudios Alfonsiíes. 2006- 2007 . El puerto de Santa María.
[3] SILVEIRA. Aline dias da. Op cit.
[4] SENKO, Elaine Cristina O passado e o futuro assemelham-se como duas gotas d’água: uma reflexão sobre a metodologia da história de Ibn Khaldun (1332-1406) / Elaine Cristina Senko. – Curitiba, 2012. 208 f. Orientadora: Profª. Drª. Marcella Lopes Guimarães Dissertação (Mestrado em História) - Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná.
[5] SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução: Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

Flávia da Rosa Melo e Flora Morena Martini de Araújo – (Re)pensando o cânone: uma reflexão acerca da crítica à universalização literária e marginalização da escrita de mulheres.
Tema: Gênero e Cultura;
Ementa: A historiografia e a escrita da história por séculos relacionaram a história àquilo produzido pelo masculino, desde a atividade da escrita até os acontecimentos que dela devem ser escritos. Esta polarização era dada como lógica, já que as mulheres não tinham segundo a fonte daqueles historiadores e sua compreensão sobre o passado e o feminino participação nos grandes feitos que eles narravam. (SMITH, 2003) 
A inclusão das mulheres na história que fora por séculos tão somente dos homens e seu reconhecimento por parte do saber historiográfico como atrizes históricas, com atuação social e política, encontra maiores chances em meados do século XX, principalmente após as décadas de 60 e 70 e o movimento de contracultura. A historicidade da atuação das mulheres nas sociedades demonstra não somente o óbvio, de que as mulheres não eram estáticas no passado, sujeitos determinados exclusivamente pelas ações dos homens, mas que também as correntes historiográficas de até então eram em muito polarizadas sobre o passado: ao se pretenderem universais em sua história, punham-se do lado masculino e falavam sobre ele. (SCOTT, 1991)
Tal como este cânone do saber historiográfico e a crítica ao mesmo oriunda destas críticas feministas, os intensos debates dos anos de 1980 sobre o feminismo e o pós-colonialismo também exigiram uma problematização sobre o próprio feminismo ocidental, compreendendo-o como discurso e prática por vezes reprodutivas de formas iluministas de construir o hegemônico e o subalterno. Tal reflexão levou a concepção também adotada por estudiosas e estudiosos contemporâneos que consideram a existência não de um sujeito e uma experiência feminina, mas sim de maneiras de ser mulher e portanto, “sujeitos femininos na História”.
A presente oficina pretende uma reflexão acerca do cânone literário e a consequente marginalização de escritoras e suas produções. Para tal, pretende-se propor uma crítica aos valores canônicos literários, isto é, o reconhecido por tal saber em diferentes épocas, pensando de que formas a escrita de mulheres foi marginalizada e como o ato de escrever e a possibilidade da escrita tem um caráter e um potencial excludente. Com isto, pensamos problematizar também o ato e a possibilidade de escrita feminina e o caráter político presente na aceitação ou não de tais produções em diferentes épocas e lugares.

Justificativa: Quando pensamos nos grandes escritores Ocidentais, os primeiros que nos vêm à mente são Shakespeare, Dostoiévsky, James Joyce, entre outros nomes masculinos. São poucas as vezes que logo no primeiro instante nos lembramos de uma mulher e quando lembramos são certamente lembranças muito pontuais, como por exemplo, Virgínia Woolf ou Clarisse Lispector. Porém, nunca nos lembramos de como o ato de escrever, a possibilidade da escrita, foi durante séculos, e ainda hoje é, uma prática altamente excludente. 
A história dos grandes homens nos levou a crer que com um talento excepcional e perseverança inesgotável todas as barreiras são quebradas e os grandes escritores revelados e reconhecidos, mesmo que tardiamente. Mas será que a capacidade intelectual para a escrita sempre foi entendida como um atributo presente tanto em homens quanto em mulheres? Será que as mulheres sempre que se mostraram dispostas a escrever tiveram acesso ao mundo literário? E mesmo quando subversivas, será que talento e perseverança bastaram – e ainda hoje bastam - para que a escrita pudesse ser exercida e as mulheres obtivessem reconhecimento? Será que existem especificidades na escrita feminina? E as mulheres africanas, indianas e do Oriente como um todo, qual sua relação com a escrita? Qual relação entre centro e margem quando se fala de gênero e literatura?
A partir destes questionamentos, inserida no campo de estudo de escrita de mulheres esta oficina busca analisar e valorizar a produção literária feminina. Como pesquisas desta área tem nos mostrado, desde o período moderno, as mulheres que ousaram a se contrapor à cultura hegemônica não representam casos isolados. Muitas, através de um embate cotidiano conseguiram se firmar como intelectuais e escreveram obras de qualidade. Contudo, ao nos debruçarmos sobre tais questões notamos que a Historiografia tradicional não aborda estas práticas. Como também, a teoria literária e a história contemporânea não abarcam problematizações acerca das mulheres escritoras contemporâneas de localidades fora do eixo norte americano e europeu. 
Desta forma, visando contribuir para estes campos de estudo, esta oficina busca fornecer subsídios para novas reflexões e interpretações para pensarmos a história da literatura e das mulheres, bem como para os estudos literários e de gênero. 
Por entendermos que a escrita de mulheres foi durante séculos, e que ainda é uma prática de resistência à ideologia de gênero vigente, defendemos que mesmo que tenham representado pequena parcela dos escritores, as mulheres que lutaram para serem escritoras não devem ser esquecidas pela História. Suas obras, assim como a sua ambição literária são muitos significantes para refletirmos os conflitos relativos às delimitações dos papéis de gênero nesse período, bem como para a desconstrução da concepção de submissão e homogeneização das subjetividades femininas ao longo da história. A partir disto, esta oficina contribuirá também a disseminação da reflexão sobre a escrita de mulheres, sobre seu lugar na sociedade e na cultura, contribuindo para que sejam reconhecidas por seu trabalho intelectual e muitas vezes como ativistas indiretas dos direitos e dos valores de igualdade, liberdade e de justiça. 
Objetivos: contribuir para a reflexão sobre a presença feminina no universo literário desde a formação do cânone até os dias atuais, em diversos lugares do mundo, contribuindo para a desmistificação acerca da concepção da passividade feminina frente às delimitações impostas e para a divulgação de escritoras ao longo da História. E com isto, fortalecer a crítica ao cânone e à denuncia de sua “pretensa” universalização.

domingo, 26 de abril de 2015

CINEDEBATE!

No Cinedebate desta edição da SAH será exibido o filme "Dez", do diretor iraniano Abbas Kiarostami.

O Cinedebate acontecerá sexta-feira, dia 08, à noite. Não percam!


Informações sobre o filme: http://www.imdb.com/title/tt0301978/?ref_=nm_flmg_wr_14

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Confira os trabalhos que serão apresentados nas Mesas de Comunicações da SAH/2015!


SEGUNDA FEIRA: 04/05 – 19H00
MESA A

André Gustavo Lescovitz Cunha - Casos negros e pardos de mobilidade ascendente às vésperas da abolição (Paraná 1878-1880)

Bárbara Letícia Chimentão - Anna Comnena e a descrição dos personagens da Alexíada (séculos XI e XII).

Jéssica Louise Rocha Neiva de Lima - Trajetória intelectual de George Bataille: crítica ao projeto modernista

Leandro Pereira de Lima - Asiáticos, estrangeiros e “forasteiros” na colônia: à busca dos sujeitos exóticos nos registros paroquiais de Nossa Senhora da Conceição de Viamão (1747 – 1782).

MESA B

Nicolle Taner de Lima - Notas de Pesquisa: A Representação da FEBEM e do Menor Infrator em "Pixote", de Hector Babenco

Gilberto Ribeiro – Religião Tenrikyo

Gabriel Braga - Europa Oriental, o Lar dos Vampiros: de Calmet a Stoker

Matheus Hatschbach Machado - “Um emplasto para essas ideias fora do lugar”: O progresso e a crítica social em Memórias póstumas de Brás Cubas

QUINTA FEIRA: 07/05 – 14H00

MESA C
Hector Ribeiro Molina; Juliane Bernardes da Silva; Nikita Mary Sukow – Oficina Persépolis: Dialogando sobre gênero, juventude e islã no ensino médio

Ivan Araújo – De estrangeiros a grupo étnico: A comissão da etnia japonesa nos festejos do primeiro centenário do estado do Paraná

Suele Cristina Guedes da Rocha Maya - O conceito de história em Santo Agostinho na obra A cidade de Deus

Willian Funke - Um encontro entre cristãos e muçulmanos em Lisboa: A representação do outro num relato cristão do cerco de 1147

MESA D
Miguel Kancelskis Drigo - História e a Cultura Material: os lécitos atenienses de fundo branco do século V a.C. como estudo de caso dessa abordagem

Alexandre Cozer – Houve Oriente no Culto Priápico

Sara Vitória Silva Monteiro - Religiosidade ancestral e Oriente: os deuses de Snorri Sturluson

Fabiane Miriam Furquim - Mia Couto: Pensando a nação e o sujeito na obra Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra.


Cada Apresentador terá no máximo 15 minutos para abordar seu tema e se fará uma rodada de perguntas ao final da mesa. As apresentações acontecerão no Anf 100!

Esperamos vocês!

sábado, 18 de abril de 2015

Confira a lista das comunicações aprovadas. Lembrando que o pagamento da inscrição deve ser efetuado impreterivelmente até dia 20/04!

Em breve serão divulgados os horários de cada apresentação: fique atento!


Alexandre Cozer – Houve Oriente no Culto Priápico ?

André Gustavo Lescovitz Cunha - Casos negros e pardos de mobilidade ascendente às vésperas da abolição (Paraná 1878-1880)

Bárbara Letícia Chimentão - Anna Comnena e a descrição dos personagens da Alexíada (séculos XI e XII).

Fabiane Miriam Furquim - Mia Couto: Pensando a nação e o sujeito na obra Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra.

Gabriel Braga - Europa Oriental, o Lar dos Vampiros: de Calmet a Stoker

Matheus Hatschbach Machado - “Um emplasto para essas ideias fora do lugar”: O progresso e a crítica social em Memórias póstumas de Brás Cubas

Gilberto Ribeiro – Tenrikyo – Igreja de Curitiba

Hector Ribeiro Molina; Juliane Bernardes da Silva; Nikita Mary Sukow – Oficina Persépolis: Dialogando sobre gênero, juventude e islã no ensino médio

Ivan Araújo – De estrangeiros a grupo étnico: A comissão da etnia japonesa nos festejos do primeiro centenário do estado do Paraná

Jéssica Louise Rocha Neiva de Lima - Trajetória intelectual de George Bataille: crítica ao projeto modernista

Leandro Pereira de Lima - Asiáticos, estrangeiros e “forasteiros” na colônia: à busca dos sujeitos exóticos nos registros paroquiais de Nossa Senhora da Conceição de Viamão (1747 – 1782).

Miguel Kancelskis Drigo - História e a Cultura Material: os lécitos atenienses de fundo branco do século V a.C. como estudo de caso dessa abordagem

Nicolle Taner de Lima - Notas de Pesquisa: A Representação da FEBEM e do Menor Infrator em "Pixote", de Hector Babenco

Sara Vitória Silva Monteiro - Religiosidade ancestral e Oriente: os deuses de Snorri Sturluson

Suele Cristina Guedes da Rocha Maya - O conceito de história em Santo Agostinho na obra A cidade de Deus


Willian Funke - Um encontro entre cristãos e muçulmanos em Lisboa: A representação do outro num relato cristão do cerco de 1147

segunda-feira, 6 de abril de 2015

VIII Semana Acadêmica de História - O Centro do Mundo é onde se está? Pensando os orientes.



O Oriente é uma idéia que tem uma história e uma tradição de pensamento, um imaginário e um vocabulário que lhe deram realidade e presença no e para o Ocidente. As duas entidades geográficas sustentam e em certa medida, refletem uma a outra. (SAID, 2007:31)



O Orientalismo como um estilo ocidental para dominar, reestruturar e ter autoridade sobre  o Oriente foi uma
corrente de pensamento vigente desde o século XVIII,  uma instituição autorizada a lidar com o Oriente, como bem nos relata o historiador Edward Said (SAID, 2007: 29) Como uma lógica de espelho inverso o que denominamos Ocidente  foi construído ao longo do pensamento ocidental europeu como antagônico ao que foi denominado o outro, exotizado. Formar uma imagem do outro implica também em produzir uma imagem de si próprio. Na perspectiva eurocêntrica, existiu uma gradação de orientes: o próximo, o médio e o extremo, hoje problematizada. Nesta VIII Semana Acadêmica, dos cursos de história da UFPR, pretendemos provocar a reflexão sobre esse conceito de lugar, sobre essas categorias.
Podemos mesmo considerar o ponto que nós ocupamos central e os demais periférico? É ainda possível pensar em termos de centro e periferia? Ainda existe na produção acadêmica e no cotidiano a centralidade ocidental? Pensando as alteridades, como se apresenta a cultura destes povos? Como se configuram suas sociedades e seu pensamento acerca do que eles enxergam a partir de uma complexidade maior que a proposta da divisão dicotômica do Orientalismo? Como se dá essa relação? Como podemos ler esses fenômenos a partir de um outro lugar, localizando nosso discurso epistemológica e geograficamente?
Nossa principal proposta é suscitar um debate sobre a amplitude destas questões.


Em breve divulgaremos as ementas das mesas e os nomes dos palestrantes convidados. Esperamos contar com sua presença e colaboração.